Fernando Marques Penteado

Minha observação principal é sobre o quão reprimida pode ser uma situação entre dois homens. Não tem que acabar em homossexualidade. É mais sobre a confusão de homens que não conseguem ser francos um com o outro em um nível emocional. O machismo é apenas o epítome desse absurdo. – Fernando Marques Penteado

A prática de Fernando Marques Penteado (aka f.marquespenteado) se apoia em um método bem definido que envolve longos processos e técnicas específicas operadas com obstinação. O artista tem desenvolvido uma obra marcada especialmente pela prática do bordado, que acaba por se relacionar com roupas, livros e objetos encontrados; e por uma escolha estética que combina autobiografia e questões históricas no enlace de inventivas criações literárias.

A partir de uma profunda pesquisa sobre a contribuição do universo têxtil para a cultura visual e a difusão de conhecimento, elabora narrativas permeadas por um vocabulário próprio, cuja densidade é articulada sempre por um ânimo traquina, que a todo tempo brinca com o sentido das coisas. Nas representações costuradas por Fernando Marques Penteado somos postos diante de relações humanas corriqueiras e de deslocamentos históricos e semânticos. É aí que temas como sexualidade, homoerotismo, gênero e violência são tratados sob uma perspectiva que articula, de maneira muito particular, críticas sociais desde ambientes domésticos.

Fernando Marques Penteado (n. 1955, São Paulo, Brasil) vive e trabalha em Bruxelas.

Suas exposições individuais incluem Mendes Wood DM, São Paulo (2024); Lehmann & Silva, Porto (2024); Caixa de Correio, Porto (2021); Mendes Wood DM, Bruxelas (2020); Freedman Fitzpatrick, Los Angeles (2017); Galeria Múrias Centeno, Lisboa (2016); Museu do Objeto Brasileiro, São Paulo (2014).

Seu trabalho foi recentemente incluído em exposições coletivas no BOZAR, Bruxelas (2024); CC Strombeek, Strombeek (2023); Museu de Arte Brasileira FAAP, São Paulo (2023); Farol Santander, São Paulo (2023); KIOSK, Ghent (2022); Mendes Wood DM, São Paulo (2021); Pavilhão Branco, Lisboa (2021); Kunstverein Harburger Bahnhof, Hamburgo (2019); Guimarães, Viena (2018); El Gran Vidrio, Córdoba (2018); JAN KAPS, Colônia (2017); Gladstone Gallery, Nova York (2017); CIAJG, Guimarães (2016); Jewish Museum, Nova York (2015); 30ª Bienal de São Paulo, São Paulo (2012).