Construções Afro-Atlânticas

Rubem Valentim
Abigail Lapin Dardashti, Adriano Pedrosa, Artur Santoro, Fernando Oliva, Hélio Menezes, Lilia Moritz Schwarcz, Lisette Lagnado, Marcelo Mendes Chaves, Marta Mestre, Renata Bittencourt, Roberto Conduru, Clarival do Prado Valladares, Frederico Morais, Giuli, 2018
Brochura

Editado por MASP.

20,5x27,5cm
288 páginas.
ISBN: 978-85-310-0055-3

Rubem Valentim: construções afro-atlânticas reproduz 99 obras do pintor, escultor e gravador Rubem Valentim (Salvador, 1922 – São paulo, 1991), figura fundamental da arte brasileira e das histórias afro-atlânticas no século 20. A partir dos anos 1950, valentim se apropria da linguagem da abstração geométrica para construir complexas composições que redesenham e reconfiguram símbolos, emblemas e referências afro-atlânticos. Nesse processo, o artista transforma linguagens de origem europeia que dominaram boa parte da produção de arte no brasil e no mundo nos anos 1950 e 1960 (a abstração geométrica, o construtivismo, o concretismo), submetendo-as a referências africanas, sobretudo através dos desenhos e diagramas que representam os orixás das religiões afro-brasileiras ― como o machado duplo de Xangô, a flecha de Oxóssi e as hastes de Ossaim. Em seu famoso ‘Manifesto antropofágico’, de 1928, um texto primordial do modernismo brasileiro, Oswald de Andrade (1890-1954) propunha de forma poética um verdadeiro programa para o intelectual e o artista brasileiro: o de deglutir o legado cultural europeu para digeri-lo e construir, de maneira antropofágica, uma obra própria, híbrida, mesclando referências indígenas, africanas e europeias. Valentim é um dos artistas que, de maneira mais completa e ambiciosa levou a cabo o projeto antropofágico. Nesse processo, ele realiza uma das mais radicais operações na história da arte brasileira, submetendo um idioma europeu a uma linguagem afro-brasileira, numa contribuição efetivamente singular e potente, descolonizadora e antropofágica. Organizado por Adriano Pedrosa e Fernando Oliva, este livro acompanha a exposição de mesmo nome realizada no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), curada por Oliva. Inclui ensaios inéditos de Abigail Lapin Dardashti, Adriano Pedrosa, Artur Santoro, Fernando Oliva, Lilia Schwarcz e Hélio Menezes, Lisette Lagnado, Marcelo Mendes Chaves, Marta Mestre, Renata Bittencourt e Roberto Conduru; republicações de textos históricos de Clarival do Prado Valladares, Frederico Morais, Giulio Carlo Argan, José Guilherme Merquior, Mário Pedrosa, Roberto Pontual e Bené Fonteles; além de reproduções de seis cadernos de Rubem Valentim feitos entre 1960 e 1967, contendo material raro de croquis, projetos para obras, anotações e pensamentos do artista.