Carla Zaccagnini
grafite sobre papel
5 1/2 x 3 3/4 in
Numa das primeiras noites que dormimos juntos, quando ainda lhe surpreendia o barulho de uma tempestade tropical sobre um telhado de barro (e me surpreendia que falasse durante o sono), o Runo disse sem acordar “Lyssna på regnet” (escuta a chuva). Voltando a olhar esses desenhos, tão semelhantes, se se quer, e tão diferentes de outras coisas que os dois fazemos, poderíamos nos perguntar se nos aproximamos a partir do nosso encontro ou se nos encontramos porque já éramos próximos. Mas talvez igualmente importante seja a distância. A distância de quem se encontra numa cama onde a chuva faz um som novo, a distância de quem ouve quem dorme ao lado falar numa língua que desconhece. O caminho de casa que nos afasta.