Resonating Surfaces Group Show
Aleta Valente, Björn Braun, Bruce Nauman, Daniel Steegmann Mangrané, David Bestué, Deyson Gilbert, Dominique González-Foerster, Dora Garcia, Franz Erhard Walther, Ignasi Aballí, Jac Leirner, Jason Dodge, Josh Tonsfeldt, Lawrence Weiner, Lenora de Barros, Lucas Arruda, Luis Bisbe, Lygia Clark, Manon de Boer, Pablo Alonso, Pablo Pijnappel, Pamela Rosenkranz, Paulo Monteiro, Wagner Malta Tavares, Wilfredo Prieto e Willys de Castro
Mendes Wood DM tem o prazer de apresentar a mostra coletiva com curadoria do artista catalão Daniel Steegmann Mangrané, Superfícies Ressonantes, que investiga as dualidades afetivas da forma na obra de vinte e sete artistas. Fortemente influenciada pela sua experiência no Brasil - o artista vive no Rio de Janeiro há 12 anos - a mostra usa a inventividade das vanguardas brasileiras como lente de leitura de certo cânone internacional, usando-se tanto das conexões formais e conceituais entre trabalhos díspares, como da experiência do corpo no espaço em relação às obras.
Steegmann Mangrané escreve...
Se você pegar um ponto e estendê-lo em qualquer direção, você obtém uma linha, e se você estender esta linha, você consegue uma superfície.
A superfície é um espaço bidimensional, mas se você quiser virá-la e acessar seu outro lado você tem que passar por um espaço tridimensional antes de voltar ao bidimensional. Da mesma forma, para transformar um objeto tridimensional seria preciso atravessar um espaço quadrimensional.
Muitos anos atrás, ainda vivendo em Barcelona, vi uma mostra maravilhosa de Lygia Clark. Naquela época ainda era possível manipular os Bichos, e assim eu fiz. Transformando aquela estranha escultura eu percebi que ela estava simultaneamente me transformando: não havia um mero jogo de dobrar, mas uma relação dinâmica de transformações mútuas.
É comumente entendido que a quarta dimensão necessária para transformar qualquer objeto é o tempo, mas eu não o creio. Eu penso que esta quarta dimensão é o Amor e tudo que a ele se relaciona: Cuidado, Devoção, Ternura, Simpatia, Afeto...
Nosso corpo não é apenas atravessado, mas feito de afetos, afetos que entram em jogo da maneira mais estranha, profundamente emaranhados em nós mesmos.