Medley Paulo Nimer Pjota

Apresentação

Mendes Wood DM São Paulo tem o prazer de apresentar a terceira exposição individual de Paulo Nimer Pjota na galeria. Dando continuidade a uma profunda pesquisa em torno das estruturas iconográficas que compõem o imaginário coletivo da história da arte e povoam o universo da cultura de massa, o artista usa chapas de metal e lona crua como suporte para constelações de imagens que o rodeiam, um exercício de apropriação e co-relações.

Em um primeiro momento o conjunto de ícones ocidentais que transitam da cultura popular à erudita são parte de um propósito que o artista tem em reunir o máximo de referências que narrem os discursos entre o que constitui os aparelhos institucionais de controle. Esses ícones são desenhados realisticamente e contornados de maneira que lembrem adesivos colados nas chapas de metal, a fácil mobilidade dos adesivos explicita os juízos fluidos de valor sobre os ícones sagrados e ordinários na vida das pessoas, resultando em um ritmado atravessamento temporal ao reproduzir imagens de deuses sumérios e personagens de desenhos animados dos anos 90.

 No trabalho Cada cabeça uma sentença, três imagens de cabeças de deuses esculpidas em diferentes períodos da antiguidade são pintadas sobre uma superfície tingida por um pigmento azul específico de Chefchaouen, cidade no norte do Marrocos conhecida por ser toda pintada dessa cor. Lá, seus habitantes acreditam que o azul os aproximam de deus, quem sabe o mesmo deus responsável pela ‘sentença’ que dá título à obra, ou personificado pelas imagens das esculturas nela retratadas.

 

Essa excessiva reunião de referencias, quando sobrepostas, questionam o papel e o direito sobre a reprodução das imagens e seus contextos, a fim de provocar uma separação no significado e respetivos significantes. Pjota coloca em perspetiva a relativização das estruturas de poder, a impotência do indivíduo diante às organizações burocráticas e a administração da liberdade utilizando ambientes cotidianos. Medley é o exercício de uma união estética entre entre história, música, política e moda.

Obras
Vistas da exposição