Varda Caivano

As camadas são sobre o tempo: algo acontece e outra coisa acontece. O trabalho não tem início e fim claros. Vem de trabalhos que fiz antes. Eu faço muitos ao mesmo tempo. Mudo de direção, misturo técnicas. Aparece em processo e não tem título, e você pode pensar que está em conversa com alguns pintores abstratos. É como uma nota. – Varda Caivano

A abstração de Varda Caivano abre diferentes possibilidades de entendimento da imagem, buscando revelar o efeito inverso da pintura, como se esta fosse inimiga da imagem. Suas composições, por vezes rítmicas e, ao mesmo tempo, antagonicamente entrópicas, desvendam camadas ocultas na pintura, transmitindo um sentido solene e urgente, como se algo estivesse prestes a acontecer a qualquer momento, mas seguindo uma ordem específica.

Caivano investiga momentos de luz e imagem, quase como um arqueólogo explorando rochas fossilizadas. Seu trabalho é ao mesmo tempo misterioso e ao mesmo tempo persistente e atemporal. No exercício de combinar e justapor cores e formas, a obra de Caivano é uma meditação sobre a natureza de suas próprias pinturas. Uma das maneiras possíveis de desvendar a obra de Caivano é considerar a imagem como essência, sem os artifícios comumente atribuídos à pintura. É como se estivéssemos diante do que está por trás disso. É o estado do começo, mas também do fim da luz. Causa uma anomalia involuntária no tempo, da mesma forma que a poesia. Ao explorar um ritmo marcado pelo gesto que antecede a forma, Caivano oferece alternativas para que a pintura sugira uma essência acima de sua imagem. Ao utilizar a imagem como ferramenta de acesso à subjetividade, a artista alinha seu caminho com o método do poeta, que utiliza palavras para abstrair a linguagem. São ruídos rítmicos que nos obrigam a olhar para dentro, para o que está enterrado – para a origem.

Varda Caivano (n. 1971, Buenos Aires, Argentina) vive e trabalha entre Londres e Madri.

Caivano teve exposições individuais em: Labor, Cidade do México (2024); Mendes Wood DM, Bruxelas (2022); Lulu by X Museum, Cidade do México (2022); Mendes Wood DM, São Paulo (2021); Tomio Koyama Gallery, Tóquio (2019); The Renaissance Society, Chicago (2015); Victoria Miro, Londres (2011); Chisenhale gallery, Londres (2007); Kunstverein Freiburg, Friburgo (2006).

Além disso, seus trabalhos participaram de diversas exposições institucionais, que ocorreram em Lisson Gallery, Londres (2024); Mendes Wood DM em d'Ouwe Kerke, Retranchement (2022); GRIMM, Nova York (2022); Spiral Garden, Tóquio (2022); Zabludowicz Collection, Londres (2020); Hayward Gallery Touring, Leeds Museum and Art Gallery, Leeds; The Levinsky Gallery, The Arts Institute - University of Plymouth, Plymouth; The Edge, Univerysity of Bath and Bath Spa School of Art and Design, Bath; Inverness Museum & Art Gallery and Thurso Art Gallery, Inverness (2019 – 2020); The National Museum of Art, Osaka (2018); Nottingham Contemporary, Nottingham (2014); 55th International Art Exhibition at the Venice Biennale, Venice (2013); Hayward Gallery, Londres; Glasgow Centre for Contemporary Art, Glasgow; Plymouth Arts Centre, Plymouth (2010).