O contato com a terra desde pequeno sempre me fez refletir sobre o tempo das coisas e as conexões que acontecem. Trabalhar com sondagem e análise de solos me permitiu desenvolver um olhar mais criterioso sobre cada sedimento, mostrando que cada grão tem sua importância. Coletar os pigmentos e processá-los, transformando-os em cores para o meu trabalho, é algo muito especial para mim.
– Marcos Siqueira
O trabalho de Marcos Siqueira está enraizado em sua intimidade com a diversidade botânica dos campos de Cerrado do leste do Brasil e em uma conexão duradoura com o solo de Minas Gerais, que serve como meio inseparável e musa de suas pinturas. É ali, ao longo dos caminhos do terreno, que o artista colhe, com respeito, todos os pigmentos usados em sua prática diretamente do entorno. Por meio de um profundo conhecimento das minúcias intrincadas da paisagem – fortalecido por seu engajamento prático na proteção de áreas naturais contra a devastação ecológica – o artista autodidata une experiência e observação, aplicando tons ocres, vermelhos e marrons em superfícies de madeira para compartilhar seu conhecimento sobre mundos ocultos.
Recolhidas na vastidão das paisagens do Cerrado, as figuras de Siqueira frequentemente aparecem em estados de solidão, sozinhas diante da natureza. Quando o artista delineia os ambientes resultantes, somos convidados a adentrar o devaneio sobre o mundo de suas figuras. Ainda assim, o mundo de Siqueira interage de forma festiva com o espírito coletivo, cruzando festividades populares, a vibrante comunidade quilombola local e a dança, os tambores e os cantos do Candombe.
As composições depuradas de Siqueira situam e intensificam; seus protagonistas engajam-se em atos de ascensão, equilíbrio, celebração e reflexão. Ao rejeitar impulsos históricos de dominação da natureza e ao incorporar relacionamentos simbióticos, o ritmo e a cadência contemplativos infundidos em suas obras refletem atos de delicadeza que nos convidam a repensar como interagimos com o ambiente, incentivando relações de interdependência em vez de controle. As obras do pintor articulam uma linguagem visual que reverencia o incognoscível e, ao mesmo tempo, anseia por uma convivência renovada, oferecendo modos alternativos de pensar e ver.
Marcos Siqueira (n. 1989, Betim, Brasil) vive e trabalha em Serra do Cipó.
As obras de Siqueira já foram apresentadas em exposições individuais, incluindo Matutar, Mendes Wood DM, Nova York (2024); Horizonte, Galeria Periscópio/Mitre Galeria, Belo Horizonte (2022). Ele participou das seguintes exposições coletivas: Finca pé: Estórias da Terra, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro (2025); Ritos de água, fios de fé, Mitre Galeria, São Paulo (2025); Ensaio Sobre a Terra, Simões de Assis, São Paulo (2024); Six Artists, Mendes Wood DM, Nova York (2023); DOS BRASIS – Arte e pensamento negro, SESC Belenzinho, São Paulo (2023); maa, Mitre Galeria, Belo Horizonte (2023); Extrañar: verbo transitivo direto, Galeria Periscópio/Mitre Galeria, Belo Horizonte (2022); and Corpocontinente, Galeria Periscópio/Mitre Galeria, Belo Horizonte (2022).
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Untitled, 2024
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Untitled, 2024
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Untitled, 2024
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Untitled, 2024
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Untitled, 2024
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Untitled | Sem título, 2024
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Untitled | Sem título, 2024
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Untitled, 2023
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Untitled | Sem título, 2023
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Untitled/ Sem título, 2023
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Untitled, 2022
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Untitled, 2022
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Untitled, 2022
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Untitled/ Sem título, 2022
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Untitled/ Sem título, 2022
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Untitled/ Sem título, 2022
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Untitled | Sem título, 2021
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Untitled | Sem título, 2021
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Untitled | Sem título, 2021
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Untitled | Sem título, 2021
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Untitled | Sem título, 2021
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Untitled | Sem título, 2020
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Untitled | Sem título, 2020
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