O conceito Nahua ixiptla vem da partícula xip, que significa “pele”, cobertura ou concha. Uma camada externa, natural, de tecido que cobre o corpo de uma pessoa ou animal, a pele pode ser separada do corpo para produzir vestimentas, recipientes para líquidos, ou pergaminhos para a escrita.
Originalmente, a palavra Nahua ixiptla tem sido compreendida como imagem, representação, caráter, e representante. Ixiptla poderia ser um recipiente, mas também poderia ser a realização de poder inserida em um objeto ou pessoa. Na cultura Nahua tinha a forma de uma estátua, uma visão, ou uma vítima que transformou-se em um Deus destinado ao sacrifício. Sem precisar parecerem iguais visualmente, múltiplas ixiptlas do mesmo Deus poderiam existir simultaneamente. A distinção entre essência em matéria, entre original e cópia, desaparece.
Esta edição de ixiptlas enfoca a trajetória de objetos coletados e produzidos por arqueólogos – moldes de resina, fac-símiles, desenhos, fotografias, e maquetes em escala. Em uma tentativa de capturar e réplicar evidências materiais deixadas pelo tempo, estes objetos emergem de um momento específico no tempo, produzindo um duplo do ambiente original, que então toma seu próprio rumo. Para esta primeira edição, um grupo de antropólogos, arqueólogos, artistas e escritores foi convidado a refletir sobre o papel do modelo, da cópia e da reprodução em suas áreas de pesquisa e atividade.
Ixiptla é um novo periódico bienal sobre trajetórias da antropologia, iniciado pela artista Mariana Castillo Deball. A primeira edição foi publicada na ocasião da Expedite Expression, oitava Bienal de Arte Contemporânea de Berlim, em 2014.
Ixiptla Volume I
Brochura
Editado por Bom Dia Books.
19,5 × 27,5 cm
, 180 páginas.
ISBN: 978-3-943514-25-4