O trabalho de Paloma Bosquê se desdobra a partir de uma investigação sobre a materialidade como uma forma de questionar a predominância do visual na apreensão e definição da realidade. Ao desafiar as definições ocidentais do que é animado e inanimado, suas esculturas e instalações utilizam a materialidade como um canal para acessar uma dimensão além da linguagem, onde as coisas ainda não podem ser nomeadas.
Ao reunir uma miríade de materiais, Bosquê apresenta os corpos não como entidades isoladas, mas como matéria permeável e em movimento, que continuamente se transforma, estabelecendo e revogando conexões dentro e além do domínio do visível. Nos últimos anos, sua prática escultural tem sido acompanhada por uma produção textual apresentada pela primeira vez nesta publicação, juntamente com uma extensa visão geral de obras que abrangem a última década, um ensaio de Catalina Lozano e uma conversa com Fernanda Brenner. "Entre os sentidos e a matéria", escreve a artista, "existe uma tensão que mantém as coisas juntas. Dentro dessa lacuna, construo um abrigo".
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