A obra de Mariana Castillo Deball situa-se nas interseções entre arte, ciência, história e arqueologia. Suas instalações reúnem escultura, pintura, desenho, gravura, som e fotografia, explorando a forma como o conhecimento é moldado e transformado pelas estruturas de poder.
Em sua exposição Stringing Beads, ela apresenta novos desenhos e cerâmicas que refletem sobre a fragilidade e a instabilidade da existência humana: contas de cerâmica feitas à mão, enfiadas em uma arquitetura modular e sinuosa, traçam paralelos entre técnicas artesanais e processos narrativos. A artista contrapõe essa experiência linear do tempo ao movimento rotativo da roda do oleiro: a história tanto progride quanto se repete. Sua instalação, assim, cria seu próprio cosmos, abordando interrupções e rupturas na transmissão da história e — como na Torre de Babel — os ciclos de construção, colapso e reconstrução.
A palavra grega kosmos (κόσμος) significa tanto adorno quanto ordem (do mundo). Essa ordem, por um lado, abrange objetos que podem ser usados para descrever as leis do nosso mundo: movimentos, direções, peso, volumes, tempo. Por outro lado, o cosmos como ordem do mundo também inclui estruturas de relação cuja estabilidade é, repetidamente, colocada em questão.