Kishio Suga
A Mendes Wood DM São Paulo tem o prazer de apresentar a primeira exposição individual do artista japonês Kishio Suga no Brasil. Kishio Suga é um dos mais celebrados artistas do Japão, cuja prática diversificada e influente abrange instalações site-specific, assemblagem e performance. Suga, assim como a geração de artistas de sua época, refletem as tensões numa sociedade em meio aos efeitos do pós-guerra.
O artista iniciou sua carreira em 1968, quando começou a fazer instalações a partir de materiais naturais e industriais como madeira, metal, arame e concreto. Ele rapidamente ganhou reconhecimento por obras como Parallel Strata (1969), um invólucro retangular construído a partir de lajes de cera de parafina. Introduzindo uma estrutura incongruente, mas definida, de matéria-prima no espaço da galeria, ele procurou revelar a realidade das mono (coisas/materiais) e do jōkyō (situação) que as mantém unidas. Com essas instalações e estudos influentes, como The Start of Disappearance: As Things Deny Things (1969) e Existence Beyond Condition (1970), Suga foi identificado como um teórico-chave dentro de um grupo de artistas com pensamentos parecidos que, mais tarde, veio a ser conhecido como Mono-ha (Escola das Coisas). Embora de curta duração, esse movimento foi um importante ponto de mutação na história da arte japonesa do pós-guerra, ecoando o desenvolvimento simultâneo da Land Art, da Arte Povera e do Supports/Surfaces nos Estados Unidos e Europa, ainda enraizado em um contexto intelectual e cultural especificamente japonês.
No pátio central da galeria, encontra-se o trabalho Sliced Stones (2018), uma instalação pensada para este espaço. Oito pedras foram dispostas em círculo e cortadas expondo o contraste de suas superfícies exteriores ásperas com a suavidade do interior. Uma incisão linear que corre horizontalmente através das faces cortadas das pedras une estas unidades díspares em uma única situação holística. Em conjunto com sua prática de instalação, Suga também fez assemblages em madeira, metal, tinta, malha, pedra, papel e inúmeros outros materiais. Esta exposição apresenta uma vasta gama destes relevos de pequena escala. Nessas composições, como em suas instalações site-specific, Suga explora o ato de estabelecer limites apenas para perturbá-los.