James Lee Byars
Mendes Wood DM tem o prazer de apresentar a primeira exposição individual do artista norte-americano James Lee Byars na América do Sul. A mostra traz uma série de esculturas em mármore expostas em vitrine-intalações. Os trabalhos são feitos de mármore grego, da Ilha de Thassos. Enquanto Byars busca o branco incomparável para as esculturas, o mármore de grão grande, que se assemelha ao de sal de rocha, tende a ter fissuras causadas pelo tempo e, portanto, poderia contradizer o discurso do artista sobre sua busca pelo perfeito, mas não foi o caso, James Lee Byars sabia bem que a perfeição sempre vem com questionamentos e incertezas. Para ele, o perfeito não é encontrado em uma ordem material, mas na busca dela. O seu interesse ela efemeridade do belo e pelo minimalismo de uma narrativa paradoxalmente complexa, tranforma o trabalho aparentemente formalista em uma revolução silenciosa. As obras questionam a dualidade tempo-espaço e o diálogo entre o físico e o espiritual, a presença e a ausência.
Depois de estudar arte e filosofia, Byars mudou-se para Kyoto em 1958, onde passou a maior parte da década seguinte. A mudança do artista para o Japão foi o inicio de um estudo realizado a partir de seu interesse pelo teatro japonês, e pelos rituais de tribos asiáticas. Provindo dessas pesquisas, o artista executou uma série de trabalhos em papel dobrado que propõe ao observador desenvolver uma consciência sobre suas percepções, seus ciclos de comportamento através da metalinguagem. Ao longo de sua carreira, ele também produziu livros, objetos aparentemente efêmeros, e correspondências, que ele enviava aos seus amigos e conhecidos.
Obcecado pela idéia de perfeição, Byars construiu o trabalho dando forma à sua busca pela beleza e verdade. A partir do que o artista chamou de A primeira filosofia totalmente interrogativa, ele fez e propôs arte em escalas que vão desde a vastidão do espaço exterior ao nível microscópico das partículas subatômicas, em uma tentativa de delinear os limites de nosso conhecimento, além de encenar um desejo por algo mais.
O artista trabalhou ao redor do mundo, vivendo entre Nova York, Veneza, São Francisco, Berna, Los Angeles e Cairo. Com referências socio-geográficas mistas, suas obras provocam o significado da palavra contradição – vezes monumentais, já em outras, minúsculas; entre narrativas poéticas universais e pessoais, o extravagante e a simplicidade – Byars tensiona a experiência visual do indivíduo. Nas tensões que ele provoca, sugere que a perfeição pode ocorrer não apenas nos detalhes do formalismo pictórico, mas também nos momentos de reflexão e interpretação do diálogo entre o observador e a obra.
James Lee Byars (Detroit, 1932 – Cairo, 1997) Byars viveu e trabalhou no Japão a partir de 1958, onde apresentou diversas performances e exposições, incluindo The Performable Square, no Museu Nacional de Arte Moderna, Kyoto, em 1962. Em 1964 foi convidado a apresentar três performances no Museu Carnegie de Arte. Byars retornou aos Estados Unidos em 1967, dividindo seu tempo entre Nova York e Los Angeles; Na década de 1970 ele começou a passar cada vez mais tempo em Europa. Suas principais mostras incluem: Life Love and Death, Schirn Kunsthalle, Frankfurt e Musée d’Art moderne et contemporain de Strasbourg (2004); The Perfect Silence, Whitney Museum of American Art (2005); The Figure of the Question of Death, 55th Bienal de Veneza (2013); The Diamond Floor, MoMA PS1, Nova York (2015).
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James Lee Byars, The Spherical Book, 1989
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James Lee Byars, The Cube Book, 1989
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James Lee Byars, The Star Book, 1990
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James Lee Byars, The Triangle Book, 1988
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James Lee Byars, The Triangle Book, 1990
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James Lee Byars, The Philosophical Nail, 1986
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James Lee Byars, Five Points Make a Man, 1993
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James Lee Byars, Be Quiet
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James Lee Byars, Autobiography, 1970
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James Lee Byars, 5PMAM, 1994