Paulo Nazareth
SACI, 2020
49 calçados
49 shoes
49 shoes
400 x 420 x 20 cm
157 1/2 x 165 3/8 x 7 7/8 in
157 1/2 x 165 3/8 x 7 7/8 in
O Sací é um personagem do folclore brasileiro que surgiu dentro da cultura indígena mas que ganhou influência de outras culturas com o passar do tempo. Com o advento da...
O Sací é um personagem do folclore brasileiro que surgiu dentro da cultura indígena mas que ganhou influência de outras culturas com o passar do tempo.
Com o advento da mitologia africana ele ganhou a caracterização de um garoto negro, muito agitado e que perdeu uma perna jogando capoeira. Tem em sua personalidade a astúcia e malandragem características dos que caminham pelas ruas. A associação com o orixá Exú é imediata, pela cor vermelha de seu calção e de seu capuz. Na caracterização dada pelos brancos, é associado à pratica da maldade e, frequentemente, associado ao diabo.
O Saci tem em sua lenda a aparição em momentos onde tudo está confuso, sempre no meio de um redemoinho. Essa característica - no imaginário de Nazareth - relembra as obras de Guimarães Rosa (Grande Sertão: Veredas) onde a personagem principal faz o pacto com o “Diabo” e esse surge, na rua, em meio ao redemoinho. Essa obra da literatura brasileira é também baseada no Fausto de Goethe (onde o diabo também aparece, em forma de cachorro, no meio da rua em meio ao redemoinho).
O trabalho surge quando o artista num dia qualquer encontra, na favela onde produz seu trabalho, próximo a seu ateliê, alguns calçados, todos eles do pé esquerdo. Alguns dias depois, surgem outros, e outros em dias subsequentes. Paulo associa essas aparições a figura do Sací e forma assim, o redemoinho em espiral. Começando do centro para a borda, em sentido anti-horário. Assim o artista faz referência as várias associações maldosas dadas pela cultura branca para o que é associado a cultura negra. O termo “canhoto” (aquele que tem suas habilidades com os pés e mãos esquerdos) fora por muitos anos associado a algo negativo, o que denota a incompreensão desta cultura para o que está ligado às matrizes africanas.
Com o advento da mitologia africana ele ganhou a caracterização de um garoto negro, muito agitado e que perdeu uma perna jogando capoeira. Tem em sua personalidade a astúcia e malandragem características dos que caminham pelas ruas. A associação com o orixá Exú é imediata, pela cor vermelha de seu calção e de seu capuz. Na caracterização dada pelos brancos, é associado à pratica da maldade e, frequentemente, associado ao diabo.
O Saci tem em sua lenda a aparição em momentos onde tudo está confuso, sempre no meio de um redemoinho. Essa característica - no imaginário de Nazareth - relembra as obras de Guimarães Rosa (Grande Sertão: Veredas) onde a personagem principal faz o pacto com o “Diabo” e esse surge, na rua, em meio ao redemoinho. Essa obra da literatura brasileira é também baseada no Fausto de Goethe (onde o diabo também aparece, em forma de cachorro, no meio da rua em meio ao redemoinho).
O trabalho surge quando o artista num dia qualquer encontra, na favela onde produz seu trabalho, próximo a seu ateliê, alguns calçados, todos eles do pé esquerdo. Alguns dias depois, surgem outros, e outros em dias subsequentes. Paulo associa essas aparições a figura do Sací e forma assim, o redemoinho em espiral. Começando do centro para a borda, em sentido anti-horário. Assim o artista faz referência as várias associações maldosas dadas pela cultura branca para o que é associado a cultura negra. O termo “canhoto” (aquele que tem suas habilidades com os pés e mãos esquerdos) fora por muitos anos associado a algo negativo, o que denota a incompreensão desta cultura para o que está ligado às matrizes africanas.
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