Apresentação

O processo de fazer algo sempre envolve um ato humano. Então, o que eu quero saber é se uma intenção ou uma ideia que você tem antes de empreender uma ação está ligada à coisa resultante. As ideias sempre aderem às coisas? Quando olhamos para isso a partir do resultado final, isso deve transcender o método - ou seja, deve desviar-se de sua intenção ou ideia, para esclarecer o estado essencial de mono [coisas] como eles existem. Estou errado?

– Kishio Suga

Kishio Suga é um dos mais celebrados artistas do Japão, cuja prática diversificada e influente abrange instalações site-specific, assemblagem e performance. Suga, assim como a geração de artistas de sua época, refletem as tensões numa sociedade em meio aos efeitos do pós-guerra.

O artista iniciou sua carreira em 1968, quando começou a fazer instalações a partir de materiais naturais e industriais como madeira, metal, arame e concreto. Ele rapidamente ganhou reconhecimento por obras como Parallel Strata (1969), um invólucro retangular construído a partir de lajes de cera de parafina. Introduzindo uma estrutura incongruente, mas definida, de matéria-prima no espaço da galeria, ele procurou revelar a realidade das mono (coisas/materiais) e do jōkyō (situação) que as mantém unidas. Com essas instalações e estudos influentes, como The Start of Disappearance: As Things Deny Things (1969) e Existence Beyond Condition (1970), Suga foi identificado como um teórico-chave dentro de um grupo de artistas com pensamentos parecidos que, mais tarde, veio a ser conhecido como Mono-ha (Escola das Coisas). Embora de curta duração, esse movimento foi um importante ponto de mutação na história da arte japonesa do pós-guerra, ecoando o desenvolvimento simultâneo da Land Art, da Arte Povera e do Supports/Surfaces nos Estados Unidos e Europa, ainda enraizado em um contexto intelectual e cultural especificamente japonês.

Kishio Suga nasceu em Morioka, na Prefeitura de Iwate, em 1944, e vive e trabalha em Ito, na província de Shizuoka.
Suas recentes exposições individuais incluem: Pirelli HangarBicocca, Milão (2016); Dia: Chelsea, Nova York (2016); e o Museu de Arte Contemporânea de Tóquio (2015). Uma recriação de sua inovadora instalação ao ar livre Law of Situation (1971) foi apresentada no estaleiro Gaggiandre na 57ª Bienal de Veneza até 26 de novembro de 2017, e seu trabalho foi incluído no Japanorama. New vision on art since 1970, no Centro Pompidou Metz (2018).

Mostras em grupos recentes incluem: The Emergence of the Contemporary: Avant-Garde Art in Japan 1950–1970, Palácio Imperial, Rio de Janeiro (2016); Karla Black and Kishio Suga: A New Order, Scottish National Gallery of Modern Art, Edimburgo (2016); Prima Materia, Punta della Dogana, Veneza (2013); Parallel Views: Italian and Japanese Art from the 1950s, 60s, and 70s, The Warehouse, Dallas (2013); e Tokyo 1955-1970: A New Avant-Garde, Museum of Modern Art, Nova York (2012).

Seu trabalho é destaque em coleções institucionais, incluindo o Centre Pompidou-Metz, Metz, França; Dallas Museum of Art, Dallas; Dia Art Foundation, Nova Iorque; Glenstone Foundation, Potomac, MD; Guggenheim Abu Dhabi, Abu Dhabi; Long Museum, Xangai; M +, Hong Kong; Museum of Contemporary Art, Tóquio; National Museum of Art, Osaka, Japão; National Museum of Modern Art, Tóquio; Pinault Collection, Veneza; Rachofsky Collection, Dallas; Tate Modern, Londres; Tokyo Metropolitan Art Museum, Tóquio; e o Yokohama Museum of Art, Yokohama, Japão.

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