Antonio Obá
                                At the gates of Paradise, 2020
                            
                                    oil on canvas 
78 3/4 x 113 3/4 in
200 x 289 cm
                                    200 x 289 cm
                                   At the gates of Paradise, 2020 MW.ANO.192 A obra cria uma menção ao extinto Paradise Park (Flórida, EUA), que, à época segregacionista foi considerado como um refúgio para o entretenimento...
                        
                    
                                                    At the gates of Paradise, 2020
MW.ANO.192
A obra cria uma menção ao extinto Paradise Park (Flórida, EUA), que, à época segregacionista foi considerado como um refúgio para o entretenimento da população negra. O curioso nesse dado é que o parque foi criado justamente para apartar negros de brancos e, no entanto, vira, segundo relatos da época, um espaço de liberdade e celebrações, tanto que às margens da conquista de direitos civis, sendo o parque desativado, muitos lamentaram a perda de um lugar que, a essas alturas, se tornara um símbolo nostálgico de resistência. No entanto, vive a lembrança, figurada nas duas mulheres (espectros?) que guardam as portas do Paraíso. Evidenciando ainda mais essa vigilância, um Quero-quero, pássaro muito comum no centro-oeste brasileiro, conhecido por sua bravura em guardar e proteger seu ninho , atacando os transeuntes mais desavisados. A pintura elástica, assim, uma narrativa que parte desse local estrangeiro, mas encontra raízes num território familiar ao artista que, apesar de buscar imagens da época do referido parque, ambiente o mesmo com o céu e as cores da vegetação de um cerrado que lhe é tão íntimo refúgio.
                    
                    
                MW.ANO.192
A obra cria uma menção ao extinto Paradise Park (Flórida, EUA), que, à época segregacionista foi considerado como um refúgio para o entretenimento da população negra. O curioso nesse dado é que o parque foi criado justamente para apartar negros de brancos e, no entanto, vira, segundo relatos da época, um espaço de liberdade e celebrações, tanto que às margens da conquista de direitos civis, sendo o parque desativado, muitos lamentaram a perda de um lugar que, a essas alturas, se tornara um símbolo nostálgico de resistência. No entanto, vive a lembrança, figurada nas duas mulheres (espectros?) que guardam as portas do Paraíso. Evidenciando ainda mais essa vigilância, um Quero-quero, pássaro muito comum no centro-oeste brasileiro, conhecido por sua bravura em guardar e proteger seu ninho , atacando os transeuntes mais desavisados. A pintura elástica, assim, uma narrativa que parte desse local estrangeiro, mas encontra raízes num território familiar ao artista que, apesar de buscar imagens da época do referido parque, ambiente o mesmo com o céu e as cores da vegetação de um cerrado que lhe é tão íntimo refúgio.