Falamos pouco sobre o papel que a rejeição desempenha na formação de quem somos — como ela define quem pertence ao nosso mundo e ao mundo em geral, quem não pertence, como ela pode ser devastadora para a alma; e, ainda assim, como ela pode impulsionar poderosamente nossos projetos, nossas ideias e a nós mesmos.
Durante anos, desejei fazer uma exposição sobre o conceito de rejeição. Enquanto lutava para expressar em palavras como é ser rejeitado — além de uma merda —, recorri ao desenho de Frida Kahlo de 1944, Boceto preparatorio para la columna rota [Esboço preparatório para a coluna quebrada], que retrata a coluna mutilada da artista como uma coluna jônica fragmentada. A metáfora da estrutura esmagada que sustenta tanto seres humanos quanto edifícios ressoou em mim enquanto pensava na minha própria trajetória como criadora de exposições, que passou praticamente despercebida; na minha vida romântica, que parece um desejo perpétuo; e na minha própria condição de crítica crônica.
Sou o que alguns chamariam de “perdedora”.
Qualquer desejo e qualquer demonstração de entusiasmo foram recebidos com apatia silenciosa — algo que inúmeras outras pessoas experimentaram em suas carreiras, sonhos e aspirações românticas.
Esta exposição não é exaustiva nem acadêmica. É o episódio final de uma trilogia (You to Me, Me to You, 2023; From Dreams You Wake Up, 2024) na qual reúno obras, artistas e vidas para explorar temas através do sentimento, gerando uma virada para o emotivo.
Como aviso, muitos dos artistas da exposição são meus amigos — e todos os meus amigos fazem parte deste projeto.
