Vistas da exposição













Texto
18/10 2010 – 30/10 2010
Adriano Costa, Ana Luiza Dias Batista, Carolina Cordeiro, Daniel Steegmann Mangrané, Débora Bolsoni, Erika Verzutti, Felipe Cohen, Fernanda Gomes, Jac Leirner, João Loureiro, Lucia Koch, Luciana Martins, Marcelo Cidade, Mauro Piva, Mauro Restiffe, Nicolas Robbio, Rodrigo Andrade, Thiago Rocha Pitta
A Mendes Wood DM tem o prazer de apresentar, a mostra coletiva Sempre à Vista (Miragem), que reúne dezoito artistas em curadoria de Rodrigo Matheus, artista baseado em São Paulo que, a convite da galeria, assina pela primeira vez uma exposição como curador.
Para a mostra, Rodrigo Matheus reuniu trabalhos de artistas brasileiros de diferentes gerações, articulando obras conhecidas, como o Pulmão de Jac Leirner, com outras inéditas produzidas especialmente para a mostra, que conta também com a participação do argentino Nicolás Robbio e do catalão Daniel Steegmann, ambos fortemente envolvidos com o Brasil.
A visualidade levada ao limite, o entendimento do espaço físico da galeria como campo munido de conteúdo e repertório próprios, e da arte como meio capaz de explorar possibilidades de interpretação e e significação desse espaço foram os pontos de partida da mostra.
“Sempre à Vista (Miragem) apresenta obras que concentram sua força na construção simples e precisa. Movimentam pouca energia para se constituir e tiram da categoria ordinária imagens e objetos de nossa rotina mais miúda tratando isso como matéria e assunto para a arte.” – Rodrigo Matheus
Matheus escolheu obras que estabelecem um diálogo dúbio com o espaço, ora reiterando ora negando suas características, aguçando no espectador uma curiosidade exploratória, fundamental para ler essa mostra, vazia de obviedades e repleta de trabalhos cuidadosamente alocados, instalados para conduzir o olhar por uma jornada de descobertas e reflexões.
Essa jornada é construída por trabalhos como a câmera de vigilância de Marcelo Cidade (Direito de Imagem, 2004–2005), que guarda uma sala aparentemente vazia; os mosquitos pousados sobre a parede de João Loureiro (10 Mosquitos, 2008); a mariposa de Nicolás Robbio, delicadamente construída acima do nível do olhar; as pipocas de cerâmica de Debora Bolsoni espalhadas pelos cantos (Pipocas, 2008) ou os pinos de metal paralelos que projetam a “linha imaginária” de Luciana Martins (Trópico, 2010).
São trabalhos precisos no gesto e econômicos em corpo físico, que discutem a escultura e suas consequências no espaço real, visualidade construída menos pela sua existência enquanto matéria, mas sim através da relação com o entorno e o diálogo com as outras obras.