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Under the stairs and by the fire.
12/06 - 13/08 2021

A Mendes Wood DM tem o prazer de apresentar a primeira exposição individual do artista Michael Dean em Bruxelas, que traz oito esculturas inéditas em grande escala. O título da mostra, Under the stairs and by the fire. [Embaixo da escada e perto do fogo.], que intencionalmente soa como um romance ou uma história de época, refere-se à forma como os trabalhos estão dispostos em relação à arquitetura doméstica da galeria. Ocupando a área embaixo da escadaria e ao redor da lareira, as esculturas com dimensões humanas parecem estar conversando umas com as outras de um jeito familiar, como se fossem amigos curtindo o calor produzido pela lareira à espera de uma história a ser contada.    
 
Várias das esculturas monolíticas, tipográficas, representam silhuetas de chaves e fechaduras, cujas formas também estão em diálogo com as características arquitetônicas da galeria. Chaves e fechaduras têm o poder de abrir (ou fechar) outros universos possíveis. Elas são ferramentas que protegem histórias e são capaz de revelá-las ou escondê-las.  
 
Fazendo uso do tamanho das esculturas, do seu posicionamento no ambiente e das relações entre elas, Dean coloca o espectador perante as obras, em vez de colocar as obras perante o espectador. O público é convidado a participar daquela conversa íntima, sendo incentivado a caminhar ao redor das peças para absorver de forma plena sua vívida presença e poderosa materialidade.  
 
Feitas de materiais comuns, tais como cimento, areia, água e vergalhões, as esculturas são caracterizadas por uma porosidade pronunciada que lhes dá a impressão de corrosão e desgaste. Observamos um enorme contraste entre a sua textura grossa e pesada e os fortes tons alcançados pela mistura de pigmentos. A escolha do suporte, inspirada pela infância de Dean vivida na pós-industrial Newcastle, reforça o objetivo do artista de levar o seu público a uma experiência de vivência compartilhada. “De certa forma, eu quero escrever o trabalho com o espectador. Eles devem sentir que o trabalho é um sistema que os inclui e que só fica completo com a sua presença nele. Eu chamo isso de cerâmica democrática, essa ideia de usar materiais aos quais todos nós temos acesso. Estou falando de colocar o espectador no mesmo lugar que eu”, diz Dean. As referências recorrentes a partes do corpo, visíveis nas esculturas (tais como dedos cruzados ou pegadas), corroboram ainda mais as relações entre a obra de arte, o artista e o espectador. O corpo é a forma mais básica de os humanos vivenciarem intimidade e sempre participa da comunicação, expandindo as possibilidades e os limites da linguagem.  
 
A linguagem sempre foi o elemento central no trabalho de Michael Dean. Sua escrita pode ser encontrada nas esculturas desta exposição, que parecem ter sido vandalizadas com palavras e expressões tais como “LOL”, “Seu texto aqui”, “Amigo”, “Aww” e “Maldito mortal”. No entanto, mais importantes são os textos originais do artista, que servem como um ponto de partida para a sua obra. Dean abstrai e deforma a sua escrita em novas tipografias que são depois materializadas em formas sólidas e concretas. Suas esculturas, ao lado da arquitetura que as contém e dos espectadores que as observam, podem ser entendidas como a escrita que acontece no espaço. Essas expressões físicas em textos, que substituem pensamentos e emoções, existem para serem propositalmente interpretadas de uma forma aberta. “Eu quero que o meu trabalho proporcione a você, leitor, uma leitura que se aproxime mais do ato de escrever e que você se torne, de certa forma, um autor na paisagem”, diz o artista.  
 
Michael Dean (n. 1977, Newcastle upon Tyne, Reino Unido) vive e trabalha em Londres.  
 
Dean estudou na Goldsmiths, University of London e desde então conquistou reputação internacional como um dos quatro finalistas do Turner Prize de 2016. Ele participou do Skulptur Projekte, em Münster, em 2017, e foi nomeado para o prêmio de escultura Hepworth Prize for Sculpture, de 2018. Os trabalhos de Dean fazem parte de várias importantes coleções institucionais, tais como Tate, Henry Moore Foundation, Walker Art Center, S.M.A.K., Arts Council Collection, KADIST, The Hepworth Wakefield e Nasher Sculpture Center. 

 
Sua exposições individuais mais recentes incluem: The End, Converso, Milão (2020); Tu texto aquí, Museo Rufino Tamayo, Cidade do México (2019); Having you on, BALTIC Centre for Contemporary Art, Gateshead (2018); Analogue LOL, ShanghART Gallery, Shanghai (2018); Four Fucksakes, Herald St | Museum St, Londres (2017); Teaxths and Angeruage, Portikus, Frankfurt (2017); Sightings: Michael Dean or Lost True Leaves, Nasher Sculpture Center, Dallas (2016); e Qualities of Violence, De Appel, Amsterdã (2015).

  
 
Além disso, seus trabalhos fizeram parte de exposições coletivas institucionais, tais como Scrivere Disegnando. When Language Seeks Its Other, Centre d'Art Contemporain Genève, Genebra (2020); Transparent Things, Goldsmiths CCA, Londres (2020); Yorkshire Sculpture International, The Hepworth Wakefield, Wakefield (2019); The Hepworth Prize for Sculpture 2018, The Hepworth Wakefield, Wakefield (2018); Against The Wall?, S.M.A.K., Gent (2018); Skulptur Projekte Münster 2017, Münster (2017); Turner Prize, Tate Britain, Londres (2016); Sculptures Also Die, Center for Contemporary Culture Strozzina, Florença, (2015); Mirror City, Hayward Gallery, Londres (2014); e A History of Inspiration, Palais de Tokyo, Paris (2013). 
 
Projetos para este ano incluem a participação do artista no Watou Arts Festival e uma exposição individual em CC Strombeek, ambos na Bélgica.  

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