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Iemanjá Claus

01/12 2012 – 22/12 2012


A Mendes Wood tem o prazer de apresentar Iemanjá Claus, uma mostra-diálogo entre os artistas Daniel Steegmann Mangrané, Jimmy Robert e Runo Lagomarsino. A exposição será exibida simultaneamente em duas variações, uma na galeria Diana Stigter em Amsterdam, e outra na Mendes Wood em São Paulo, criando uma rede de significados possíveis e releituras contextuais.


Nas palavras de Jimmy Robert:
 
“É um híbrido, uma transição de um ano para outro, uma celebração; a combinação de dois ícones sazonais, a deusa do mar e o homem de barbas brancas e suas renas. Duas tradições diferentes, dois continentes: uma transformação.”
Esta poderia ser potencialmente a materialização de um diálogo que pode ou não ter ocorrido anteriormente no espaço imaginário que se situa entre os dois Trópicos e a Europa. Uma imagem que define um espaço discursivo aberto a muitas perguntas, mas que não tenta qualquer declaração definitiva dentro do formato de exibição, que simplesmente aponta para a discussão em potencial, como se fosse testemunha silenciosa de uma conversa casual em torno de uma refeição em uma mesa de jantar onde os convidados têm afinidades e curiosidade mútua que, por sua vez, se tornaria o impulso para um show grupal: espontaneidade.

As obras em papel em exposição poderiam funcionar como um romance epistolar cujos fragmentos constituem um todo devido à sua simples justaposição. Unidos através da materialidade. Uma troca inicial que seria talvez infinita, interessada no que poderia ser visto como a construção de um território idealizado.

Obras similares estão expostas em Amsterdã e São Paulo, ao mesmo tempo. Um deslocamento que permite outras formas de perceber as coisas, lugares e pessoas. A manifestação de um processo de pensamento: alteridade.

Trazendo a tona o jogo entre distância e proximidade. Nossa linguagem oblíqua.

“descobrir e desejar a singularidade do outro, sem sentir vergonha em descobrir e desejar, sem sentir vergonha de expressar tal desejo, sem medo de se contaminar, porque é através dessa contaminação que as forças vitais se expandem, onde as baterias do desejo são carregadas”

Suely Rolnik, “Subjetividade antropofágica,” em (des)leitura de máscaras, p.432, publicado por revolver.

– Jimmy Robert, Rio de Janeiro, November 2012




Sobre os trabalhos


Daniel Steegmann Mangrané
Masks, 2012
folhas de diferentes árvores, folha de ouro

Masks (Máscaras) refere-se a cosmologias amerindias de duas maneiras diferentes. Por um lado, investiga os padrões geométricos de suas artes como motivos religiosos e rituais que sutilmente conectam o sagrado e o cotidiano. Por outro lado, as folhas provenientes de espécies que são importantes para os índios por diferentes razões:
Algumas plantas são importantes para a subsistência de seu povo, como as árvores de fruta-pão, ou a raiz de mandioca. Há também plantas tóxicas que podem ser usadas na caça ou em tratamentos medicinais como o gravatá. Outras plantas estão relacionadas a lendas ou histórias específicas, como o pé-de-boi. Outras ainda têm uso ritualístico como as sementes de urucum vermelho. Os aspectos econômicos, médicos, poéticos ou religiosos da vida se harmonizam através dos desenhos dourados realizados nas folhas, o que é também um material familiar para projeções ocidentais sobre a floresta e seus habitantes. Em um sentido mais amplo, as obras continuam a investigação de Daniel Steegmann Mangrané sobre geometria e materialidade. Neste caso, criando uma mistura de dois materiais opostos em termos de status, e questionando idéias topológicas de superfície, forma e desenho.

Daniel Steegmann Mangrané nasceu em Barcelona em 1977 e vive e trabalha no Brazil desde 2004, entre Rio de Janeiro e São Paulo. Ele recentemente expos seus trabalhos emu ma mostra individual na Mendes Wood, São Paulo, Brasil (2011), Halfhouse, Barcelona, Espanha (2011), Centro Cultural Sergio Porto, Rio de Janeiro, Brasil (2010), Fundació La Caixa, Barcelona, Espanha (2008), A Gentil Carioca, Rio de Janeiro, Brasil (2007). Suas obras foram apresentadas na 30ª Bienal de São Paulo, A Iminência das Poéticas (2012); RongWrong, Amsterdam, Holanda (2012), Galerie Tatjana Pieters, Antwerpen (2012), Espai d’Art Contemporani de Castelló (2011), Galeria de la Estrany de la Mota, Barcelona, Espanha (2011), Galerie im Riegerungsviertel / Forgotten Bar Project, Berlim, Alemanha (2010), Galerie KoraAlberg, Antwerp (2010), Entes, Barcelona (2009), After-the-Butcher, Berlin (2009); Bienal de Teheran (2008) or Museo de Arte Contemporanea de Santiago do Chile, Santiago, Chile (2008) e no Centro Cultural São Paulo , Snao Paulo, Brasil (2007). Mangrané recebeu prêmios do MUSAC, Ciutat d’Olot, CoNCA, ABC Prize, Miquel Casablancas, José García Jiménez Foundation, Akademie der Kunste. Seus próximo projetos incluem mostras individuais na galeria La Central, Bogotá, Colombia; Galeria Nuno Centeno, Porto, Portugal e na Fundació Sunyol, Barcelona, Espanha; e também as mostras coletivas Blind Field, Krannert Art Museum, Illinois, EUA; Out of the blue no Centro de Arte 2 de Mayo, Madrid, Espanha e Werkleitz 2013, Halle. Além de sua prática artística Daniel Steegmann Mangrané é um dos organizadores escola experimental, Universidade de Verão at Capacete, Rio de Janeiro, Brasil.



Jimmy Robert
Coffee Stains, 2012
impressão jato de tinta colorida

“Eu fiz essa imagem no Café Floresta Copan, em São Paulo, onde eu ia pela manhã, dia sim dia não, para tomar um café expresso. Isso é inicialmente papel de parede que ocupa a maior parede do café que é mantido por um homem na casa dos sessenta. O que eu quero chamar a atenção aqui, fazendo uma reprodução da imagem como uma fotografia e recontextualizando-a na galeria como um documento de arquivo de um gesto mais do que um documento colonial, é para registrar o ato de vandalismo de terem jogado café no papel de parede – as manchas marrons são de fato manchas de café; um ato performático que questiona a persistência dessa imagem no café, enquanto, ao mesmo tempo, questionar como o passado é negociado ou não.”

Jimmy Robert nasceu em 1975 em Guadaloupe, França. Vive e trabalha em Bruxelas, Bélgica. Nos últimos anos, Robert expôs seu trabalho na 5ª Berlin Biennale of Contemporary Art, Berlim, Alemanha; Tate Britain, Londres, Inglaterra; WIELS, Bruxelas, Bélgica; Art: Concept, Paris, França; CCA Kitakyushu Project Gallery, Japão; Cubitt Gallery, Londres, Inglaterra; Neuer Aachen Kunstverein, Alemanha; MoMA, Nova York, EUA; CAC Bretigny, França e Diana Stigter, Amsterdã, Holanda. Jimmy Robert foi o laureado de 2009 com a bolsa Fluxus–After Fluxus e foi nomeado no mesmo ano para o Prix Ricard, em Paris. Em 2002, Jimmy Robert teve duas exposições individuais: Langue Materielle na Galerie du Jeu de Paume, em Paris e Vis-à-vis, no Museu de Arte Contemporânea (MAC), em Chicago.



Runo Lagomarsino
Crucero del Norte, 1976–2012
15 impressões fotossensíveis

“Na primavera de 1976, meu pai foi exilado da Argentina. Ele viajou de ônibus de Buenos Aires para o Rio de Janeiro, onde se juntou a minha mãe e minha irmã. Juntos, eles cruzaram o Atlântico em um navio italiano. Em outubro de 2012, eu fiz a mesma viagem, cobrindo os 2.700 quilômetros entre as duas cidades a bordo de um ônibus Crucero del Norte. Eu trazia comigo um pacote de papel sensível a luz solar. Chegando na estação de ônibus no Rio de Janeiro, 45 horas depois da minha partida, eu abri o pacote e deixei a luz do sol atingir a superfície do papel.”

Runo Lagomarsino (nascido em Lund, Suécia em 1977; vive e trabalha entre Malmö, Suécia e São Paulo, Brasil) participou do Whitney Museum Independent Study Program in New York, 2007–2008 e obteve seu mestrado na Malmö Art Academy em 2003. Mostras coletivas recentes incluem, The Unexpected Guest, Liverpool Biennal (Liverpool, Inglaterra, 2012); A Iminência das Poéticas, a 30ª Bienal de São Paulo (São Paulo, Brasil, 2012); Unfinished Journeys, The National Museum of Norway (Oslo, Noruega, 2012); Untitled, a 12a Bienal de Istambul (Istambul, Turquia, 2011); Speech Matters 54th Venice Biennale, Danish Pavilion, (Veneza, Italia, 2011); The Moderna Exhibition 2010, Moderna Museet, Estocolmo, Suécia, 2010); The Travelling Show, Colección Jumex, (Cidade do Mexico, México, 2010); Report on Probability, Kunsthalle (Basiléia, Suiça 2009); Panorama da Arte Brasiliera (Museu de Arte Moderna São Paulo, Brasil, 2009); OURS: Democracy in the Age of Branding, (Parsons the New School for Design, New York, EUA, 2008), e a 7a Gwangju Biennale, Annual Report: A Year in Exhibitions, (Gwangju, Coreia do Sul, 2008). Recentes exposições individuais incluem, Even Heroes Grow Old, Index, The Swedish Contemporary Art Foundation, (Estocolmo, Suécia, 2102); OtherWhere
Nils, Stærk, (Copenhagen, Dinamarca 2011); Hay siempre un día mas lejos
, Galeria Luisa Strina Espaço projeto, (São Paulo, Brasil, 2011); Violent Corners, ar/ge kunst Galerie Museum, (Bolzano, Italia, 2011) and The G in Modernity Stands For Ghosts, Centro de Artes Visuais, (Coimbra, Portugal, 2010); Las Casas is Not a Home, Elastic (Malmö, Suécia, 2010). 

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